sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Celebração.

Celebrar natal. Celebrar rima com obrar. Obrar é mandar-se. Escreve uma carta. Em começo dela encontra-se momentoso quem é. Busca explicar-se. Pensa momentâneo em outros. Volta-se a eles em gesto brando.

Entardece em lenda. Contante de fatos, do obscuro, relata acertos seus, combinados, contratos. É em solilóquio a decifração do enigma. Agora falta pouco. Pouco falta agora. Agora, agora, agora pouco falta. Falta agora pouco. Ui!

À música brinda-se. Louva-se a música. A permanência do som no interno é de louvar por igual. Vive-se em corpos: densos, sutis, fibrosos, astrais, oníricos, vacilantes. Vive-se em corpos. Lições desejam penetrar o entendimento.

Há arantos longevos. Crescem fincados em pedras, infiltrações, vasos diversos, terras selvagens e mais. Em instantes vem a flor. É chafariz luminoso. Explode em delicadeza, em extremo. Depois, em afazer de muitas horas, resseca-se. Embelezam.

Chegou-se até aqui. Far-se-á uma pausa, um lapso. É preciso dar-se afagos. É urgente o necessário tempo santo. É dever geral o de cada qual cuidar-se. Socorros advindos doutros corpos sempre há. Água existe. Há já o outrora guardado em fábula. Vai! Vai! Vai!

Um fato. Um que fosse! Ao menos um! Seria outro o tom. Seria preciso ter muito mais coragem, mais prática e mais compreensão das coisas aquelas, todas, dos infinitos. Decerto fez-se o verbo por primeiro por ânsia, do demiurgo, a de expressar-se além do visível.

Se for certo estarmos marchando em direção a recompensas, por igual será verdadeira a existência de um estado antigo, um antes de viver, uma morte prévia, donde havemos de ter vindo. Na dúvida oremos vez outra. É do belo.

Corporações, compadrios, matrimônios e sociedades secretas dão-nos formas, por opressão ou generosidade. Nas formas vivemos. Em obrigações várias trafegamos em tempo contado. Seguimos em crenças. Quiçá possamos todos atingir libertação!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Tocado.

Encontros acontecem. A eles comparece o homem. Vê-se em elevada condição. Há os outros muitos. Fazedores, audazes, temerosos, companheiros existem.

Por caminhos inventados chega-se a lugares. A eles chega o homem. Repousa em bancos e em líquidos. Deixa-se invadir por verduras e vertentes.

Pelas tantas retorna. Descansa e pensa, aleatório. As abotoaduras existem. Com elas olhos de bonecos grandes. Os edifícios existem. Há moradas fincadas no chão.

O gato.

Salta. Pisa.
!

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Adoecente.

Palavras começam a existir, em cada mente. O acervo dos palavrantes, guardado em mistério, aumenta ao infinito e além. Disseram ter sido no inicio o fazer-se do verbo.

De então e presentes são os dias, as cavalgadas, as singulares e as plurais pluralidades. O haver futuro, mínimo, é o acalanto das horas, as vagas, levantes. 

Vivemos no fora do tempo. Meditamos no profundo. Isto nos dias de procurar alívio em exercícios propiciatórios. O encontro é o contínuo.

No centro de qualquer tarde chove. O ruído é manso. Água pouca, derrubando-se em macio. É o que nos é dado seguir. O mundo é autoridade.

Come frutos, come grãos, dispensa as cascas. Bebe compostos colorizados por máquinas. Inspira fumos e fumaças. Inspira ares vindos de escapamentos.

Sabe. É homem. Quer conhecer. Quer a fruta da árvore do conhecimento. E mais quer é viver longamente, com vagar. Quer seguir aos passos.

Nada se acaba. Há firmamento. Nada renasce. Estados e estantes estão em ordens. Em corredeiras correntes correm. Em duplos residem dois.

Ei-lo – o transe. Em descrição honesta: é escuro, é apertado, é de estranho, é alheio. Corpos remoçam. Corpos cooperam. Corpos são abandonados.

Segue o homem, se voando. Segue ao encontro do homem. Nisto se crê. Será em tal então o futuro, o dito. Encontrados, homem e homem pactuam fábulas.

Já não se sabe desde sempre o desconhecido agora. É desencontrado o nome do jeito. Desencontro é assunto carrancudo. É tudo engraçado, cheio de graça, na graça.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

No monte.

Em companheirada, vive-se. Música tem. Comida também. Oficia-se à larga, em especial à moda da manufatura. Todos que chegam são tratados em conformes, no geral delicados. Pede-se atenção para assuntos nobres. É refúgio. Nele protegidos ficam muitos. Não completamente, não, não, isto não. Proteção completa é coisa não existente.   

Isto se diz em um trecho fresco do tempo vivido em dias de quentura. Talvez por isto, comparece o homem ao afazer do pensamento. Guarda-se dentro do canto e deseja expressão por palavra. Vê as letrinhas corredeiras e as paradeiras. Vê os pontos. Confere as sensações. Dá nome aos burros.

Historieta rola, em mente. O homem está sob efeito de substâncias várias. Então imagina, vê fantasmagorias e conta-se em métrica estapafúrdia. Sabe-se lá até onde pode seguir o veículo, o cavalo. Sabe-se lá até onde se chega em caminho de entranhas.

Não há como interromper qualquer fluxo.  A memória não se presta a trabalho escravo. Faz o quanto deseja. Apaga grandes e pequenas partes. Entrega lapsos, faíscas, notícias falsas, sussurros.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

!

Tentei dormir.
Deitei-me.
Deitei-me e não dormi.
Dei-me e não bastou.
Dei-me.

Deus-me!