sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Vivo.

Preparo-me para viver. Tomo um gole. Descasco batatas. Toco instrumentos. Toco o corpo emocionado. Já estou vivo. Os dias vivem. Estou junto dos vivos outros. Há memórias.

Um pito é de precisão. Caminho pela casa – lembro – a ouvir Cesária Évora. Lá no trecho dos fundos começa o efeito: transtorno. À música!

Ando. Lido em lixo. Quero um só lugar para ele na casa. Desejo no lugar, este do lixo, um sempre vazio. Nada vai fora. Não há fora. Aqui é no dentro, no mundo.

Leve é viver ao som da mulher a cantar. Danço. Sobre a Terra, pé a pé, salto. Sorvo coisas diversas. Múltiplos são os destinos a percorrer. Em cada, canto.

No antes imagino. Saio a passeio. Deixo parágrafo em metade. Vou. No meio há agitação de vivos. Pego suprimentos de limpar a bunda e de beber. Volto.

Perpassa a lança, a dos dias, um voo, um gigante. Navega-se em nave. Trechos mínimos de aconteceres abrem portas. Vai-se a muitas partes.

Ao som segue-se. Devoto sigo. Tem horas, parece, de explodir. Findar é infinito. Cedo aparece o começo do fim. É mesmo confuso. Desejo é de sono profundo.

Noutra tarde desembarco sempre. É no depois de tudo. Sob efeito das flores sulfúricas, e de Aerosmith, ponho-me em novo texto. Começo agora. Vai!