sábado, 29 de dezembro de 2012

Tronco.

Pontas há várias grudadas. Em núcleo centro mora coração. Quando para acaba. Parte se entende um pouco. Parte oculta é nada.

Horas pressente-se. Enfim imagina-se o tempo. E, desfeito, segue o dito. Apocalipse dá em matéria difícil. O infinito acabou também?

Parece existir o homem. Vê-se logo a cabeça. Peito continua lá. Continente de vísceras há. Percorre entre paredes. Som é diverso. Eco é de tudo.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Cuidado, amor, vou esquecer.

Veja, amor e detalhes correm. Vão velozes ao esquecimento. Rápido, fugaz e demais somem depressa. Em correria de viver, viver é.

Ofereço casa e capricho. É a corpo discreto. 

Diminuo o som.

Há dentro.

Ah!
 

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Cabeça.

Salto. Livre é queda. Procurar palavras, ordena-se. Homem atormenta-se em passagem. Mundo findo é fardo e leve.

Se toca. Toca-se.

Há calores pela casa. O poema está invertido. Estamos no alto do edifício. Todas as coisas são ditas. Ditáveis são coisas.

Se pega. Pégaso.

Pode tudo. Ser verdade é. Possível é. Solução há em enigma. Qualquer? Qualquer! Um sei e um não sei é conta. De mais ou de menos.

Flutua-se.

Interrompo versos. Produzo estrago. Humilhado recolho vidros. Lembro existir. E haver cortantes e fendas viventes. Somos um tanto um tudo.

E não! E não?

domingo, 23 de dezembro de 2012

Absurdo.

É. Primeira vez foi Esperando Godot ou a Gaiola das Loucas? Teatro foi aonde começou. Cheguei no futuro. Não tivesse teatro não tinha. Nada ou não sabe-se lá. Li o livro e os outros. Moro nesta tarde. Quem sabe, a música possa. Construir.

Se bem pensei. Vamos ser mais rápidos. Por pontos passamos todos. Ser é filósofo, companheiro?

Exibo-me em trevas, azuis, errantes.

Tenho vontade.

Apequeno.

Anoita.

Eita. Tá. Tá. Tá.

Ah!


Óculos.


quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

É verdade.

Tudo parece impossível. Este, o dito, era o nome do escrito. E qual será, pergunto, escritor presente. Mudei o nome do escrito. O nome é verdade. Estou confuso. Quero ser sincero, confessional, diverso e breve. Porém, há palavra linda.

Tudo é verdade. Acredito em viver. Sempre apareço. No segundo parágrafo apareço. Continuo. Como a fruta. Bebo o álcool todo. Desejo fumaças. Se tudo acabar será macio. Deus é bom. Não há dúvida. Diabo é cara, é legal. Tudo é história.

Quando voltar à morte, diz o homem – o vivo – verá explicações. Admite ampliar as frases. Admite desistir. Sente-se completo. Embriagado e modesto, prossegue. Sente-se complexo. Acredita-se em vida, em breve. Do tudo, mundo é repleto.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Arrepio.

Ali na tarde homem proclama. Olha nuvens e deseja encontro. Tem perguntas e queixas. Percorre nuvens e olhares. Persegue anseio de repetir. Quer voltar ao conhecido. Quer não ver coisas. Retira os óculos. Devolve-os à cara. Treme em hora. Treme o tremor. Tremendo.

Salta a ouvir Jim Morrison. Embriaga-se do tudo. Ouve o cão. Qual nome, pergunta. Instiga o pensamento. Palavras precisas. Disse quem? Perdeu-se? Perdeu! Detonador aparece. Pessoas confundem-se. Tempos confundem-se. É só palavra. Está escrito.

É isto! O fim é perto. Sempre assusta. É duplo o sentido. Pelo fim começo. Há ritmos extremos. Há nuvens mirabolantes. Escreve o homem. Até lá imagina. Seguir é preciso. Sentidos vão todos. Pelos todos vão. Milagre é próximo. Crença é qualquer. Haverá o maligno?

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Procura-se espaço para flores.

As palavras antigas fluem. Moradoras de mente inquieta, procuram vez nos dizeres. Arranjam-se. É assim desde o dia, aquele, quando homem encontrou-se em presente. Ainda em um tempo, em um tempo um. E só.

Produzo minha página sob Stravinsky. A girar, tremendo, música impera. É a base de qualquer possibilidade de libertação. Penso sobre o exílio. Sobre ir a lugares em aventuras, em fugas, em razão de banimento, penso.

A história é um veio. Conquistadores e viajantes encontram-se. Trevas estão abertas a todos. Há o conceito de escolha. Há escolha? Sabemos palavras. Só sabe palavra o homem. Conhece rima ao longe e só.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Andante.

Caminhada é vizinha. Seguirá o homem por ruas. Eis o plano, enquanto planeado. Eis registro em diário do vindouro. O próximo trecho é depois deste então.

Chega o futuro. Caminhadas tantas deram nisto. Volta-se ao mesmo, ao exato, ao lugar. Há dor e há remédio. O dia é do sol, morador do buraco infinito.

Inesperado projeta amanhã. Há carência de entendimento. Mal vivido o hoje, se ocupado em planos. Melhor entregar-se à música. E seguir os discos, em giros.

Acontecer é paralelo. Cada trecho toca um trecho do viver. Não há linha reta. Passos em palcos imitam passos. Homem perde-se em teia. Palavras são os fios.

Caminhada é memória. Ruas e ruas e ruas estão no mundo, percebe o homem. No destino está solução de enigma. É sempre assim.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Divaga.

Em vaga. Em tarde calorosa derrama-se líquido em copo e em corpo. Mente enfumaçada pilota a função. Procura-se em escrita os ares. O anseio é de voo. Para expressão tem música. Para silenciar tem música.

Em medo da terra. Toca-se coisas colhidas. Violões, chocalhos, árvores, contas, minas, aço e ideias imensas vibram. E enfiar mão lá no dentro de qualquer terra é assombroso. Paradoxos inspiram gestos musicais.

Planta-se, mata-se, em floreiras, em jardins suspensos. O mundo é cheio de coisas suspensas. Tudo, menos o subterrâneo. É imenso o invisível. O lá fora e o lá dentro é um igual, um longínquo. Isto é no antes de tocar.

O disco repete-se. Dias e noites em volumes e vezes, muitas, rodam as fendas, as percorridas pela agulha. Homem inspira música. Come qual verme em terra. Lento e manso vai mastigando. Sonha e pensa e conta e lembra em hora mesma.

Quer ainda por cima querer. Coisas várias deseja além do excesso momentâneo. Embravece e esbraveja e esculhamba. Averba direitos. Ambiciona cômodos e comodidades. É este o homem. Ninguém engana.

domingo, 18 de novembro de 2012

Diurno.

Cor é todas. Claro é tudo. As sombras de pés de cadeiras declaram dia. É pouco o escuro. O oculto vive em disfarce.

É azul e branco. Muitas vezes, muitas tardes em azul e branco, sucedem-se. Mesmo céu azul, na noite, existe.

Louco é o amor. Completo é e produz a lenda. E é assim. Segue encantamento em cânticos em noite plena e invade.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Anoita.

Em negro e flores, visto-me. Logo é o escuro. Nuvens assombram. Ouve-se Jan Garbareck Group. É dureza encontrar-me em música. Precisa leveza demais. Sei lá! Explicar?

Quero fazer todas as coisas e dizer todas as palavras e ouvir todas as notas. Neste anseio preparo-me para passeios. Um percurso em música, na tardinha ainda infinda. E caminhar em depois, noitinha.

Tudo pode. Falar tudo pode. Tudo o que sair pela mão pode ser falado no escrito. Música é excesso de abundância demais. Exclama homem inflamado. Exclama inflamado: homem!

Jogo descarado. Buscar verdade em fendas, frases, é intento. Entendimento e música é junto. O vivo percorre ao som. Depois toca e canta. Faz-se de justo. É justo.

Deveres cumpre-se. Caminha-se para lugares, em direções e por aí. Uns homens recolhem-se. Outros seguem nas ruas. Escuridão está oculta. A qualquer momento pode apagar claridade.

domingo, 11 de novembro de 2012

Instante.

Repete-se o homem. O ar é tudo e é breve. Anda por aí a tomar notas, a tomar coisas. Ouve Shankar. Vai à janela e lá está a cidade exposta. Quer encontrar um jeito. Abre outra lata. Anseia por mais uma dose. Está no futuro. Vive em quando tudo aconteceu. Vive em consequências. Em terceira linha estaca. Caminha pela casa. Deságua excesso. Logo, logo, logo deseja dizer verdade. Pretende seguir. Entrega-se. Escreve.

Concebe outro começo. Seu memorial de começos vê invadido. É um novato a chegar. Apaixona-se de pronto. Percorre trechos ao lado de parceiros. Parceiras encontra em recanto. Há solidão, a dos instrumentos. Música percorre lonjura. É desde o nada. E chega. Guarda-se em artefatos e truques dos ares e coisas. Ouve. Estica-se.

Recomeço escrita. Escapou a pessoa. Mudou-se em outra. Vou ao pretérito. Ainda homem sou. Não nome outro tenho. Não outra sou criatura. Anverso é lado. Nele estou. A narrar o já. Tempos são os findos. São, ao que parece, os próximos da lista. O tudo parece caminhar. Destino é dúvida. É o mistério da história. Quase nada se sabe. Diz-se.

sábado, 10 de novembro de 2012

Volteio.

Turbulência é breve. Saber futuro é estranho. Homem encontra memórias. Repousa a reler. Assombra-se em visita a passado. Conversa com seus múltiplos. Insiste em medir as palavras. Dividi-las e metrificá-las, para esticá-las em trechos. Eis missão, dita.

Ilustra diários. Ausenta-se dos dias. Amontoa-se em canto. Dor tem tamanho. Recomeça a reler. Interrompe-se. Percebe o fim do tempo. Sabe impossível antever. Sabe enganoso lembrar. Romper fronteira em palavra é arte de precisão.

Apresenta-se encarnado. Escreve livro. Tudo é dito. Nada se compreende. Está preso em forma. Acostumou-se a esconder. Deveria contar a verdade. Todavia não a conhece. Seu dizer é oculto em trechos. Seu falar é incompleto. Embriaga-se. É de si.

sábado, 11 de agosto de 2012

Feitiço.

Em algum lugar muitíssimo misterioso está a chave. Em algum lugar muitíssimo misterioso está a chave. Em algum lugar muitíssimo misterioso está a chave. Três são as vezes precisas. É para salvar de trevas. É o melhor conhecido. Junto à fala é bom soar um bumbo. Perigo é queixa. É péssimo. Em vezes não tem como evitar. Jeito então é cantar. Dá calma. Não esquecer. Em algum lugar muitíssimo misterioso está a chave. Tocar é certo. Sentar de cara ao sol e tomar viola é para fabricar luminoso. Senão berimbau evoca cânticos. O crepúsculo impera em horas. Tudo parece ordenar-se em tons. Segue-se o lento mover-se do mundo visível. Segue a busca lá no escuro dentro. Em algum lugar muitíssimo misterioso está a chave. Em algum lugar muitíssimo misterioso está a chave. Em algum lugar muitíssimo misterioso está a chave.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Fronteira.

   Era dia de mudar. Marcado desde muito. Fui ficando de qualquer forma, a procurar nos cantos distração. Vi escritos. Li com pressa. Pareceu tudo difícil. Sinto-me estranho. Parece-me que tomei ares. Semelhante é possessão. Como fosse tocado. A confusão começa. Entardece.

   Em verdade, nestes dias, mantenho-me junto às janelas. É espera. É mentira. O desejo é de ir. A força é para ficar. As palavras viram coisa risco. Os dedos viram magos. Dizentes são movimentos feitos. Estudo, em silêncio, umas falas. Busco verdade. Entendo o existir. Não entendo o existir. Perco-me em meio aos pensamentos.

    Vou ali, no dentro, fazer. Primeiro vou arrumar a casa. Depois vou arrumar a cozinha. Não sei causa de separação. Aprendi assim. Depois vai ser beleza. Como sei? É do sempre. Desde o quando era começo.

    Dia outro é logo. Mudou o nada. Tanto faz, penso. A beleza é o fato. No dia igual sigo. Anseio é de santos. Desejo é de festivais. A luminosidade impera. Graças dá-se. É por vibrar. E é pelos sonhos.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Viola.


Canta. A viola ilumina. É verdade a música. Fato é palavra. Ordem ordena. Caos eleva. Em beleza é porto.

Repete. Viola ilumina. Ego flutua. Homem pensa. Olho é espelho. Preciso é o descanso. Óculos alentam.

Volta. Viola chama. Palavra é espelho. Homem repete. Chega e olha. Casa gravita. A beleza é presa. É em dez cordas.

Viola.


Chega. Toma o ar no entorno. Em som cria e gravita. Enche casa e fora e rua. Viola cercos. A beleza ensina.

Pausa. Pousa em canto o homem. Vê-se em apuros. É por esquecimentos. Sabe não seguir fios. Perde-se.

Hum. Comida é sempre, é o certo. Palavra falta. Ao homem palavra falta. Repete o homem. Falta palavra.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Devastação.


Pelo começo seria o começar. Mas qual? Eis debate. Mente vai inquieta. Homem cogita. É preciso trilha. Sonora é toda a história. Vai assim.

Em segunda parte se está. Como se sabe? É do nada. Vem do além. Mente é no incerto. Homem delira em sussurro. Difícil de ouvir. Segue.

Na vindoura volta ora é. Quem se oculta? Mente mente. E bau bau deu. Ignora o homem. Saída parece não ter. Voz vai a fundo. Há calma.


segunda-feira, 16 de julho de 2012

Só em noite.


Enquanto é cedo. Pontua-se em breve. Sempre é fácil. Dizeres vão pequenos. Palavra tem hora. E tem vez e paz. Contida ou expressa existe.

Salta no andar. Quer o descrever. Salva-se na música. Olha a noite. Procura um jeito. Quer dizer certo. Tristeza é de jeca em estrada.

De que adianta? Onde é rumo? Qual a outra? Pergunta, há certa? Pessoa pode saber? Pecado é verdade? Dá-se um trêmulo, em susto?

Eita! Ei, ei, ei! Eis isso e tá! Aquilo é lá. E cá há vento. E agora hein? Perder-se é possível. Pântano é cenário. Toque é de recolher, em vibrato.


sábado, 14 de julho de 2012

Divaga.


É quase tarde. Começa hora. O verbo é. Ukulele vem. Em memória e costas está. Perde-se foco. Lê-se tradução de hexagrama.

Só em noite, seguinte, rola retorno ao tema. É preciso pegar compasso e entender. Tocar instrumento é sentir.

É preciso conhecer ar. Percorre-lo, penetrá-lo, ser dele preenchido e até gritar. Poder maior gritar. Palavra em vezes trava.

Só em fim começa o entender. Sempre se pensa. Pouco se sabe – um dia se disse, noutro se dirá – muito se fala. Sobre que será?


quinta-feira, 12 de julho de 2012

O tudo parece perto.


Há um colapso. Há um luminoso. Entardece em beleza. É legítima a busca. É valoroso minorar dor. Recorre-se à fala. Consolo há em comida. Amor é sorrateiro, amigo.

É justo o gostar-se. Sobreviver é obra. É afazer para generoso. Há música em mundo. Há culinária e os ares. Tomara! Tocar em verdades, é o pedido.

E há descendentes. E há ancenstrais e há legados. Confiemos! O prazer da imolação há de esgotar-se. Vivemos já, em pleno, em voo livre.

Todavia há o incerto. Nisso perde-se um. Cre dizer. Entende dizeres seus. Louva-se audaz. Projeta-se em público. Flutua em noite começada.

Depois é o futuro. O agora é novo. Egberto canta em disco. Voador penetra ares. Há presentes. Dádiva vigora. Chuva é densa.

E o mesmo é assim. Todos instrumentos tocam. Homens tocam. Música em vez parece impossível. É tudo tanto. Logo inté talvez venha parecer coisa toda e qualquer.

Palavra tem tamanho. Olho tem tamanho. Enxerga homem. Ou não enxerga. Pode não ver. Chega-se a ponto difícil. Em vista há desejo em verso.

O intervalo é minha vez de tocar. Faço e penso e pronuncio. Toco cordas. O barulho é grande em lugar. Há bombas em chamados festejos. Sons urbanos assombram em tempos.


sábado, 7 de julho de 2012

Ukulele, o soprano.


Sobre tocar depois falo. Sobrevoo o falar, se toco. O pequeno é doce. E tem vigor. Decerto é infindo.

Sobre quais palavras virão, penso quando toco. O pequeno e os outros todos sugerem-me historiar-me. Faço.

Sobre ausências falo. Dá-se em momentos de entregar-se ao encontro. Junto ao corpo o pequeno acaricia alma.

Há voz desejosa de expressão. Procura forma em meio ao pensar desvairado. Ignora-se a ponto de dizer tanto.

Há um colapso, um luminoso. Homem sabe-se em labirinto, sabe-se labirinto, sabe dizer-se labirinto.

Há um começo, um compasso. O tema é ukulele pequeno. Sobre tocar nem conto. Vibra-se em voo, enlevo.

Segue a prosa confusa. Segue o anseio de contar toda a verdade. Há ganas de revelar tudo. Delícia é dizer: nada.

Segue o risco de perder-se. É quando ukulele pequeno volta ao pensamento. Delícia é calar-se e ouvir.

Segue o mote a pulsar. Toca homem! E toca. Mundo gira em sonho. Delícia é abraço, instrumento e som.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Dor e outra brota.

Muito se conta, pouco se sabe. Disco gira e há música. Aumenta-se o volume. Arruma-se uma tarefa. É preciso alívio em costas.

Vai-se e volta-se. A palavra não dita fica lá. Insinua-se e sopra-se. Em instante derrama-se. Conta-se em vertigem. Ah fronteiras! É um susto.

Ganha-se mais um. É depois das tarefas. O código é acionado. Loucura é densa. Só em música há caminho: aberto em canto, encantado em boca.

Nada se acaba. Não há fim. A música é ininterrupta. Pássaros não deixam de cantar. Resta ao homem tocar. Coisas e seres e tambores são cerco.

Saber-se. Corporificar-se. Iluminar-se. Transcender-se. Transmigrar. Seguir-se. Desconhecer-se. Procurar-se. Guardar-se. Transmigrar. É preciso.

Desarranjo. Em primeira despejo. A música exige. Desprender-me preciso. É o dito. É o repetido. É escrito o que fica. A procura é de sentido.

sábado, 30 de junho de 2012

Sabe-se pouco.

Sabe-se pouco. É o que se repete. Há telepáticas. Trabalhos de mãos são necessários ao homem. Dão-lhe prumo. Limpar pia. Separar vegetais. Cortar. Vai!

E volta no depois de tantas. Façanhas do diário ocorrem. Cozinha-se, come-se, toca-se. Tagarela o menino residente. Quer explicar-se em um dia. Quer entender-se em todos.

Recorta em trechos. Expõe em álbum. Coleciona malas. Guarda-chuvas tem. Inventa um treco. Treme em corte. Suave é em noite. Singelo é em sonho.

Não acaba ali. Cabe coisa em história. Nesta é de por tudo. Sendas há tantas! Homem vibra a sorver. Música não para. Tambor é resoluto. Flauta quer sopro.

Perdição! Raios invadem a casa. Violeta e tantos penetram. Vigora tremedeira. O piano embriaga. Mãos cambaleiam. Dedos saltitam. Inevitável é voo.

O mais virá. A flauta é agora. Toca-se e ouve-se. Alma flutua fácil. Dor e outra brota. Palavras somem. Marimba é percutida. Não se pode parar. Irromper é certo.

O escrito fica. Vive-se em verdade. Vive-se em ocultação. Vive-se em formas. Depois acaba. Sobre viver é de pensar. Muito se conta, pouco se sabe.

Repete-se dito. No avesso ficam histórias. Uma ideia leva homem. Entra em tarefa. Liga os aparelhos. Pede e aguarda. Manhã principia em números.

Aí Egberto. Há Sol do Meio Dia. Ao fundo segue-se. É precioso qualquer propósito. Momento grita. Qual boca? A cheia de dentes vai aberta.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Camas de papel.

Sabe-se pouco. Homens habitam marquises. Homem os traz em memória. Chega à casa e arruma pertences. Brinquedos enfileira. Caem soldadinhos, espalhando-se em catástrofe. Digere-se, recolhe aquilo que cai. Deixa cair aquilo que cai, cai aquilo que cai, recolhe e cai...

Deseja-se. Promessas ocupam mente. Desencontros há. O dito e o sonhado afastam-se. Encontrar-se em música é o único jeito. Homem dança e pensa nos homens dormindo lá, naquilo, em chão. Susto vem da noite. Susto vem das palavras tontas.

Caminha-se. Na calma contempla. Homens todos somos. Dor é no todo e em partes. Prazer há sempre e em momentos. Amanhã existe em ideia. Crer é tarefa certa. Então há precisão de estudos. Há precisão de entender o existir de sarjetas.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Grito no interno.

Tudo é agora. Hora anda solta. A ouvir Piazzolla/Mulligan segue o homem atento. Depois, silêncio dentro e, no dentro, o fora: carros e pássaros e pedras percutidas e gritos, santo deus! Tocar – ordena-se.

Vai e faz em medo um trajeto. Ouve Stravinsky e vê corpos flutuando em palco. Caminha em noite açucarada e torpe. A razão cerceia os olhos. É para não ver corpos flutuando em camas de papel. Emoção engata um ritmo. Homem toca em praça, em boca.

Retorna à casa, oca, oca. Percorre mantras em instrumentos. Cantarola e perde-se e teme. Recolhe-se a silêncio. É quietude quase. Sabe-se pouco. Tremor há em curso. Em escuro é o acontecer. Sono salva homem. O momentâneo vira destino.

domingo, 24 de junho de 2012

Primeira pessoa.

Diz. Foi assim. Esquecido sigo. Professora manda ouvir o Montenegro. Às lágrimas! E tem dever de escrever dizendo. Pois. Escuto. Choro em estertores gozosos. Digo agora, em breves.

Pensa. É preciso escrever elogio ao pito. Menino para à janela a dizer: tem plantação de boi lá, rola cogumelo. Homem escuta e ri e sopra. Descansa e depois segue a tocar instrumentos.

Descansa. Ah alegria! Música corre solta. Até som de estrondo é de ouvir. Tudo é agora. Deuses ajudem no debelar fraqueza e esquecimento. Grito no interno.

sábado, 23 de junho de 2012

Importa parar.

Tempo é sempre. A janta é em descanso. Pronto ficou arroz, cozido, outro cozido. Pinhão queimou uns. Vinho virá e sabe-se lá. Homem recebe outros em nave. Toca-se música maquinal. Tango é a maravilha.

Demoras são do corriqueiro. no quando vai para a conta a impressão de tempo. Tambores são de precisão em existir de urgência. Ah parágrafo atroz! Larga-me! Não desejo explicar. No canto quero o grito.

A primeira pessoa surge. Invade a página em meio a perturbações. Autor assombrado procura o vácuo. Seu desejo é de voo. Caminha em escombros, ideias desconectadas, raciocínios interrompidos.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Tempo é sempre.

Segue. Neblina e chuvisco, em terras entre serras, viram ilustração. São pregados à direita do palco voador. No mais, ordenados estão os instrumentos. Resta tratar detalhes de adorno. Depois é tocar. Lembrar-se importa das lições de princípio. 

Precioso ato antecede fazer de homem: come. Vislumbra o existir de cores tantas em si. Sanguinolências, fluidos, vapores e cusparadas evocam interior escuro. Corpo é fechado em preces e poções.

Há os veículos e as ideias e as canções. Sons perambulam em mundo grandiloquente. Recolhe-se aqui impressões. A sentir palavras o entendimento acontece. Capturar o sentido em morada de memória é dever. Importa parar. 

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Segue.

Os primeiros são passos. Chegadas são as horas. É sempre o próximo. Dedicar é preciso. Corta-se a personagem. Machado é suave. Segue-se destino. O chegado saberá fim. Homem regride a menino. Retorna a jardim.

Pausa é caminhada. Vai-se ao longe ali. Brotos larga-se em brisa. Medo é o morrer. Nada detém medo. Em tempos morte é tema. Música revolve. Confessa e condena silêncio. Mente soberana emperra. Graças à musica! Tropeça. Entoa.

Dias em chuvas tremem. Flores mudam-se. Brotos são arrancados. Tangos ondulam: percepção. Multiplicam-se sonoridades. Imaginária é a música. É música imaginária. Faz homem. Palavras ancoram momentos. Tempo é sempre.


sábado, 16 de junho de 2012

Poema do pito.


Toma o pito. Os destinos assombram. Os avisos vão grudados em paredes de entendimento. Para. Compreender-se é afazer. Vai-se tranquilo. O diálogo é por aí. Segue-se em contradições. Música salva homem. O vibrar do berimbau ensina vida. Linhas percorridas, trançadas e tocadas são no viver.

A substância penetra. A estar o homem está. Foge de si, em pensamento, em instantes. Música é de precisão. Abre a começar pelo peito. Diz-se – relembra o homem – ser a música lugar da comunicação entre planos. Os pés da personagem vão tensos. Em costas dor insinua desejo. Canta, toca e prepara-se para trilhar.

Veste-se, abre a porta, titubeia, desamarra, arrasta, pedala, solta, amarra. Enfia papel na máquina. Tira papel da máquina. Conversa em mente com números. Enumera erros de cálculo. É tristonho o momento. Tempo parece querer parecer – insinua-se. Alívio escutar. Desamarra, pedala, contorna, desce, amarra, sobe. Sente, diz, toca. Procura clareza.

Mas mais, mais, mais é o quanto. Substância penetra entendimento, embaralha preceitos, desnuda cores. Homem perde-se no ouvir outras vozes. Em momentos não encontra sentido. Noutros afoga-se em emoção. Permanece em torre. Percorre-se. Sabe-se engolidor de tudo. Sabe-se comedor atroz. De vilão, destruidor e mais se acusa.

Saltar linhas. Manter o escrito em pedaço de página. Dizer os dizeres em traços grafados em sinais luminosos. Produzir lista. Afirmar. Ir. Voltar desde aquele outro momento. Olhar-se em retrocesso. Perceber-se faminto. A substância cobra tributo. Em humanidade, em larica, em impossibilidades vive-se. Tristeza é funda. O alegre é certo.

Confusão vai exposta. Mundo em giro é veloz. O antes desarma-se. Resta o agora. Nisso homem perde-se. No desentendimento transita. Musicar! Ordena-se e cumpre. Entrega-se ao percutir. Som ocupa casa e cabeça e todo. Substância libera o sonho. Observa-se o pensamento. O real tremula. A personagem vibra em palco.

domingo, 27 de maio de 2012

Salvo.


Homem procura seguir-se. Fica às voltas com cantigas. Diz-se ser justo o viver. Afirma-se em frente à música. Em delírio flutua em altos andares. Crença em cura cura. Quer o quero.

Homem limpa subterrâneo voador. Mente em descaramento. Quer achar-se. Não se acha. Ancora em cântico. Percorre trechos e para e toca. Sabe do som. Origem é nada.

O Milton Nascimento canta barro, pedra, pó e nunca mais. Homem prepara-se. Cantarola em prece. Dirige-se ao berimbau. Objeto em traços envolve. Toca o toque.

Homem felicita-se afinal. Conquanto ameaçado de extinção, canta. Apaga tolices certas. Esquece tolices erradas. Enfeita-se em parafraseio. Diz: o eu doeu.

Homem interrompe-se. Desconecta cabos de energia. Tira de parede. Senta para contar-se. É por ter assustado um susto. Respira em meta de retorno. De novo cozinha.

Comida é para dias. Come-se tudo, porque senão... É forte cada rango. Música é plena. Primeiro tudo começa. Depois para. O sempre é seguir. Homem caminha.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Em busca do calo ósseo.

Palavra em névoa. O tudo se coloca ao pé do pé, o quebrado. Música é dádiva. É perene o contato com os protetores verdes. Jardins, jardinetes, arbustos, visíveis, invisíveis, secretos há, no entorno. Come-se os vegetais muitos. Raízes e frutos e sementes e flores e mais manda-se para dentro. A tarefa é fabricar cicatriz em osso.

É, por vezes, desesperador. Fica-se em margem de infância. É, noutras mais vezes, encantamento. Arrasta-se o corpo em novos modos. Descobre-se o gozo do equilíbrio, em memória. Teme-se agravamentos, deslizes. Teme-se temores. É intenso e igual em vigília e sonho. O tema é a profundeza de ser. Há liberdade.

Difícil entender o dito. Trata-se sempre tudo. Toma-se a música e a luz e a memória e o sonho e as dores e a ignorância e mais. Mistura resta do juntado. Dentro de ser está o acontecer. O entendimento é possível. E é certo entender. Pode-se acreditar. O momento é entre outros. Há desejo de acabar logo com isto.

sexta-feira, 30 de março de 2012

No osso.

Dias duros, de ser zureta, por cansaço. Homem, em dever de reconstrutor, opera em extremo. Trecho da caveira, avariado, ocupa forças de todas partes. Ouve Bach e muitos. Olha o pé e olha o outro pé, quebrado. A doença fica oculta em pele, carne.

Um dia é de tocar só. Outro, muitas vezes, é igual. Homem toca. E abraça instrumentos e parceiros. Entre estes há máquinas, pássaros, assobiadores, passantes, infindos. É um mistério viver em mistério. Perguntas borbulham em calma. Doença ensina tristeza.

É jubiloso qualquer próximo e passo. Saltitar com par de muletas, dançar assim em três pernas, a ouvir um trecho de uma sonata, perceber-se a dizer, compulsivo, mais e mais e mais e mais: acontece. Tocar é o bom tom. Há cura.


sábado, 24 de março de 2012

Osso.

Dentro do eu tem o osso do eu. O grande maior e todos, ossos, prontos, vão ligados. Osso quebra. As águas revoltam-se em quebraduras. A trabalheira aumenta. Dói o pé preso. É preciso fabricar um calo. Há deveres e prazos. Penas, todavia, são suaves. Veja-se.

Vai-se no ouvir Quinteto Violado, Lambarena e além, só no presente. Muito é novo e velho tocado em instrumentos visíveis e imagináveis. A loucura é, em doença, completa. Em alívio é inteira, a loucura, tanto quanto. Certo, certo, certo...

Assim chega o homem, em tempo de fratura, ao perceber. Assunta em modos, forças, equilíbrio e por aí. Pensa devagar. Esquece. Sonha sempre estar sem muletas, sem contenção. Caminha suave. Regride aos seus outros tempos de não andar.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Vem da canção.

Canção existe em noite. Ação é de graça. Segue em manhã seguinte ao sonho. Cruza oceano elétrico e pousa em destino. É na partida a chegada, é em igual praça. Arranjos adornam flores. Toda música é sacra. Viver é certo. E há além.

Palavra imita coisa inatingível. A música é inacreditável. A luz é brilhosa. O amarelo lá da flor não aceita restar fraco. Ele é tudo. O brilho em meio ao verde e cinza em cidade é ali, amarelecido. Retratos tomam conta da casa.

Fala é ressurreição. Qual música difícil, palavra demora a emergir. Histórias de amor perpassam entendimento. Saudade há de passos e voos. Homem é prisioneiro em vezes. E, então, peregrina em dentro.


Do pé em prosa.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Pira.

Acende-se, toma-se nas mãos, leva-se a correr. Dá-se volta e mais volta em mundo. É do destino o dizer. Música sai de corpo e berimbau. Drama é cantado.

Repete-se o rito, dia a dia. Arruma-se as coisas. Lava-se as coisas e lava-se as partes. Flutua-se sobre sapatos e ratos. Tudo soa a som.

Se dito decifrar, homem, é senhor de destino. Assim comparecem frases, sentenças, gorjeios, cânticos, à janela e, ali, intentam. Em tarde é ser.

Confunde-se tudo. A noite é chegante. Nova cor é feita em arranjo. O feijão vai atrasado. Música, no sempre, corre solta. Ai, ai, ai...

Diário é aberto. Orações deixadas no antes ali estão. Os nomes são buscadores de coisas. Pratica-se ficar e tocar. Dim, dom, dim, dom e além.