Em vaga.
Em tarde calorosa derrama-se líquido em copo e em corpo. Mente
enfumaçada pilota a função. Procura-se em escrita os ares. O
anseio é de voo. Para expressão tem música. Para silenciar tem
música.
Em medo
da terra. Toca-se coisas colhidas. Violões, chocalhos, árvores,
contas, minas, aço e ideias imensas vibram. E enfiar mão lá no
dentro de qualquer terra é assombroso. Paradoxos inspiram gestos
musicais.
Planta-se,
mata-se, em floreiras, em jardins suspensos. O mundo é cheio de
coisas suspensas. Tudo, menos o subterrâneo. É imenso o invisível.
O lá fora e o lá dentro é um igual, um longínquo. Isto é no
antes de tocar.
O disco
repete-se. Dias e noites em volumes e vezes, muitas, rodam as fendas,
as percorridas pela agulha. Homem inspira música. Come qual verme em
terra. Lento e manso vai mastigando. Sonha e pensa e conta e lembra
em hora mesma.
Quer
ainda por cima querer. Coisas várias deseja além do excesso
momentâneo. Embravece e esbraveja e esculhamba. Averba direitos.
Ambiciona cômodos e comodidades. É este o homem. Ninguém engana.