Começa
nova a noite. Ouve-se violão e piano. Toca-se violão. Ouve-se o
sitar. Vaidade é dano. Chega a manhã. Movimentos passados movem-se
misturados. Há presente e assim é. Música é tema. E teima o
músico. É tarde o quando. Falas querem posse de ditos. Maysa
canta. Ainda agora, é fato.
Morte
deixa rastro. Não é preciso matar-se. Não é preciso privar-se do
perigo. A ideia é não ser. Personagem ou coisa é igual. O que não
será é desconhecido. Nem se pode sonhar com futuro incerto. Ouve-se
John Cage. O sol é estardalhaço. É de tarde de novo. Já pensou?
Vai dar certo. Nem precisa de parágrafo. Não novo, é velho? Um
ator poderá dividir de todas as formas.
Melhor é
intervalo. Há morte entre duas encarnações. Há noite entre dias.
Há dia entre hoje e sonho. Ah! Existe palavra e coisa. O
inexplicável teima. Há perfume de tudo. Dizem haver em música um
silêncio. Palavra atende ao desejo. Música deve de atender
indesejado. Isto sem contar o certo, a comunhão, a solução, o
tudo resolvido.
Vive-se
em tarde. Toca-se instrumento e outro. Ouve-se por ondas. O som
grava-se no mundo. Pensar em corpo é raro. Entender corpo é
difícil. Falta amor ardente. Presente é certo. Verdade é verdade.
Existe ser e existir e mais. Nada é preciso dizer. Explicar é
tolice. Fazer o quê? Usar números é possível. É o que parece!
Ninguém atende!
Personagem
é sempre. Homem não sabe enxergar. Vê-se e pronto. Acredita. Quer
trechos exatos. Quer tamanhos certos. Quer ordem, desejo, certeza e
trecho. Sabe o tudo breve. E conhece o perto da morte. Ouve números
e taxas. Enxerga travas. Rima com trevas. Agora só falta uma linha.
É breve o tudo. Ao ar é donde, homem, escreve.