Era dia
de mudar. Marcado desde muito. Fui ficando de qualquer forma, a
procurar nos cantos distração. Vi escritos. Li com pressa. Pareceu
tudo difícil. Sinto-me estranho. Parece-me que tomei ares.
Semelhante é possessão. Como fosse tocado. A confusão começa.
Entardece.
Em
verdade, nestes dias, mantenho-me junto às janelas. É espera. É
mentira. O desejo é de ir. A força é para ficar. As palavras viram
coisa risco. Os dedos viram magos. Dizentes são movimentos feitos.
Estudo, em silêncio, umas falas. Busco verdade. Entendo o existir.
Não entendo o existir. Perco-me em meio aos pensamentos.
Vou ali,
no dentro, fazer. Primeiro vou arrumar a casa. Depois vou arrumar a
cozinha. Não sei causa de separação. Aprendi assim. Depois vai ser
beleza. Como sei? É do sempre. Desde o quando era começo.
Dia
outro é logo. Mudou o nada. Tanto faz, penso. A beleza é o fato. No
dia igual sigo. Anseio é de santos. Desejo é de festivais. A
luminosidade impera. Graças dá-se. É por vibrar. E é pelos
sonhos.
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