sábado, 26 de janeiro de 2013

Melhor tocar.

O homem toca. É um violão pequeno, com cordas de aço. Segue em frases e frases, repetições, desvios, perdas. É música.

Aprender é fazer. Ouvir é preciso saber. Rima é perigo. Parada é agora. Em volta o som é Mágico. E pássaros entoam. É junto o tudo.

O homem percebe. Mistério é silêncio. Vai à varanda. Enterra muda. Rega e mistura comida à compostagem. Assim pensa.

Cozinhar é preciso. O jantar é com lentilhas, raízes, erva doce e segredos. Contar é bom também. Aroma é sinal. É certo.

O homem concebe. É necessário separar tudo. Braços, pernas, dedos, cada um dos tantos de cada indo a diferentes direções. É tarefa.

Homem concebe. É de precisão juntar tudo. Deixar-se levar pelo ar. Aquele todo ser que é breve. Verbos são inventos. Verbos invento. Diz o homem a conjugar.

domingo, 13 de janeiro de 2013

Segredos de mentira.

Principal é o medo. Das coisas sem nome, dos dias do depois, das espertezas dos espertos e de quantas outras artimanhas, ocultas em rotas, pode-se escapar?

Não há sono. Não há saída do sonho. Pavor é de escombros, dívidas e feiuras. Guardados em fundos de ossos, em memórias exalam.

Mas, ora, claro! É preciso lembrar de cantar. Viagem, das antigas, é possível. Melodia marca instante. Beleza explode em todo e parte.

Outro trecho alegre há. Em som, em cordas e madeira e plásticos e unhas, é percorrido. Toca-se e ouve-se canções em mundo.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Arrumação da banda.

Nunca se muda um título. Caminha-se em direções. O chão tem tapetes. Varrer é bom, no sempre. Arranjos floreiros cercam o palco. Chega a hora de trazer a seus lugares os violões e a viola e os tantos muitos.

Homem carrega. É leve e leve. Instrumentos se arranjam. Toma-se medidas. Inventa-se jeito de transitar em cenário. Percebe-se caminhos. Em momento é pronto. É belo por certo. O som primeiro é do berimbau.

Segue-se a tocar e ouvir. Assim por dias é. Viver, é em aconteceres. Tantos, serão quantos? Em presente, e em presença, é o estado. Percorrer as horas entre instrumentos é o jeito. Contar também ajuda a driblar o medo.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Novo poema pito.

Entorpecido se está. O homem, outros e até invisíveis, decerto a saber como e quanto. Há este ir-se ali. Há o por-se ao lado. Prazeres há e, também há, perigos e todos. Cuidado!

Vai ao afazer, diz a lei. Toquem tocantes e cantarolem caminhantes, diz o dito. É o quanto cabe sustentar. E ostentar é igual. Ainda é difícil compreender as instruções. Vichi!

Percepção e ondulações encontram-se. Tragos largos tragam homem. E outros e invisíveis repetidos são por igual sorvidos. Dragas drenam. Compreensão e coisas afastam-se. Eita!

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

De verdade.

Em diante tudo segue como segue. Fala-se: música. Lembra-se: mencionar hora tardia. Precisa é coragem. Firmar em cordas rola. Violão abriga falante. Acolhe encantado.

Esconderijo escapa. Não querer mostrar demência é loucura. É certo o desastre. É o absoluto. O dito comparece à conversa. Sai da moita filosofal. E é na moral!

E, a senhores, pede-se: salvem-me! O mar é bravio. O crepúsculo é de puro encantamento. Homem confessa. Sabe, perdido. Mundo parece acabado. Todavia tem música.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Membros.

Eis a manhã. Eis a tarde. Eis a noite. E o tolo a nomear. Enfado é o fardo. Horas há de fato. Percebe-se.

Na manhã faltam braços. Há precisão de carregar. É para trazer comida. Pode-se fazer por partes. E ver-se.

Em monte vê-se o homem. Em apocalipse, destrona-se o monte. Abre-se em dois. Desfaz-se e renasce em clareiras.

Em tarde já está. O homem é atormentado. Pensa demais. Escreve introito. Vive em começo. Encavala dedos de pés.

Perde-se em página. Pernas vibram cansaços. Fraqueza é presente. Dor é na boca. A verdade é pródiga.

Numerar não resolve. Nomear não livra. Entender não basta. Escapar não pode. Gritar não adianta. Viver é vivo.

Da manhã vêm alimentos. De ontem chegam também. Antes de comer é preciso existir. Comedor ou comida, tanto faz.

Nas clareiras, em beira de pico, em precipício, em alturas, em quaisquer ares, há vida, esta. É tudo muito comprido.

Pode-se dizer: vastos. Campos, abismos, universos, verdes, versos, quais não? Partes existem? Há parte?

É tardinha. Linhas querem percorrer páginas. Cheias de palavras a contar as ruas cheias de estranhos.

Somos? Sobreviventes do fim dos tempos percorremos praças. Mijamos nos mijatórios e nos postes. Restaram também muitos cães.

Recomenda-se contemplação. As flores, mesmo sonhadas, dão inteireza. Há mundos em floradas. Mansas sejam. E sejam viçosas.

Noite é estreita. Infinito é escuro. Nos sonhos todos aparecem. Os mortos, os idos, os tempos e outras fantasias têm cor.

Horas confundem-se no agora. Há luz e sono. O homem projeta viver na verdade. E no mundano oculta-se. Eita falatório! É tarde?