quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
sábado, 26 de janeiro de 2013
Melhor tocar.
O homem
toca. É um violão pequeno, com cordas de aço. Segue em frases e
frases, repetições, desvios, perdas. É música.
Aprender
é fazer. Ouvir é preciso saber. Rima é perigo. Parada é agora. Em
volta o som é Mágico. E pássaros entoam. É junto o tudo.
O homem
percebe. Mistério é silêncio. Vai à varanda. Enterra muda. Rega e
mistura comida à compostagem. Assim pensa.
Cozinhar
é preciso. O jantar é com lentilhas, raízes, erva doce e
segredos. Contar é bom também. Aroma é sinal. É certo.
O homem
concebe. É necessário separar tudo. Braços, pernas, dedos, cada um
dos tantos de cada indo a diferentes direções. É tarefa.
Homem
concebe. É de precisão juntar tudo. Deixar-se levar pelo ar. Aquele
todo ser que é breve. Verbos são inventos. Verbos invento. Diz o
homem a conjugar.
domingo, 13 de janeiro de 2013
Segredos de mentira.
Principal
é o medo. Das coisas sem nome, dos dias do depois, das espertezas
dos espertos e de quantas outras artimanhas, ocultas em rotas,
pode-se escapar?
Não há
sono. Não há saída do sonho. Pavor é de escombros, dívidas e
feiuras. Guardados em fundos de ossos, em memórias exalam.
Mas, ora,
claro! É preciso lembrar de cantar. Viagem, das antigas, é
possível. Melodia marca instante. Beleza explode em todo e parte.
Outro
trecho alegre há. Em som, em cordas e madeira e plásticos e unhas,
é percorrido. Toca-se e ouve-se canções em mundo.
sábado, 12 de janeiro de 2013
Arrumação da banda.
Nunca se
muda um título. Caminha-se em direções. O chão tem tapetes.
Varrer é bom, no sempre. Arranjos floreiros cercam o palco. Chega a
hora de trazer a seus lugares os violões e a viola e os tantos
muitos.
Homem
carrega. É leve e leve. Instrumentos se arranjam. Toma-se medidas.
Inventa-se jeito de transitar em cenário. Percebe-se caminhos. Em
momento é pronto. É belo por certo. O som primeiro é do berimbau.
Segue-se
a tocar e ouvir. Assim por dias é. Viver, é em aconteceres. Tantos,
serão quantos? Em presente, e em presença, é o estado. Percorrer
as horas entre instrumentos é o jeito. Contar também ajuda a
driblar o medo.
quinta-feira, 10 de janeiro de 2013
Novo poema pito.
Entorpecido se está. O homem, outros e até invisíveis, decerto a saber
como e quanto. Há este ir-se ali. Há o por-se ao lado. Prazeres há
e, também há, perigos e todos. Cuidado!
Vai ao
afazer, diz a lei. Toquem tocantes e cantarolem caminhantes, diz o
dito. É o quanto cabe sustentar. E ostentar é igual. Ainda é
difícil compreender as instruções. Vichi!
Percepção
e ondulações encontram-se. Tragos largos tragam homem. E outros e
invisíveis repetidos são por igual sorvidos. Dragas drenam.
Compreensão e coisas afastam-se. Eita!
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
De verdade.
Em diante
tudo segue como segue. Fala-se: música. Lembra-se: mencionar hora
tardia. Precisa é coragem. Firmar em cordas rola. Violão abriga
falante. Acolhe encantado.
Esconderijo
escapa. Não querer mostrar demência é loucura. É certo o
desastre. É o absoluto. O dito comparece à conversa. Sai da moita
filosofal. E é na moral!
E, a
senhores, pede-se: salvem-me! O mar é bravio. O crepúsculo é de
puro encantamento. Homem confessa. Sabe, perdido. Mundo parece
acabado. Todavia tem música.
quarta-feira, 2 de janeiro de 2013
Membros.
Eis a
manhã. Eis a tarde. Eis a noite. E o tolo a nomear. Enfado é o
fardo. Horas há de fato. Percebe-se.
Na manhã
faltam braços. Há precisão de carregar. É para trazer comida.
Pode-se fazer por partes. E ver-se.
Em monte
vê-se o homem. Em apocalipse, destrona-se o monte. Abre-se em dois.
Desfaz-se e renasce em clareiras.
Em tarde
já está. O homem é atormentado. Pensa demais. Escreve introito.
Vive em começo. Encavala dedos de pés.
Perde-se
em página. Pernas vibram cansaços. Fraqueza é presente. Dor é na
boca. A verdade é pródiga.
Numerar
não resolve. Nomear não livra. Entender não basta. Escapar não
pode. Gritar não adianta. Viver é vivo.
Da manhã
vêm alimentos. De ontem chegam também. Antes de comer é preciso
existir. Comedor ou comida, tanto faz.
Nas
clareiras, em beira de pico, em precipício, em alturas, em quaisquer
ares, há vida, esta. É tudo muito comprido.
Pode-se
dizer: vastos. Campos, abismos, universos, verdes, versos, quais não?
Partes existem? Há parte?
É
tardinha. Linhas querem percorrer páginas. Cheias de palavras a
contar as ruas cheias de estranhos.
Somos?
Sobreviventes do fim dos tempos percorremos praças. Mijamos nos
mijatórios e nos postes. Restaram também muitos cães.
Recomenda-se
contemplação. As flores, mesmo sonhadas, dão inteireza. Há mundos
em floradas. Mansas sejam. E sejam viçosas.
Noite é
estreita. Infinito é escuro. Nos sonhos todos aparecem. Os mortos,
os idos, os tempos e outras fantasias têm cor.
Horas
confundem-se no agora. Há luz e sono. O homem projeta viver na
verdade. E no mundano oculta-se. Eita falatório! É tarde?
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