sábado, 16 de junho de 2012

Poema do pito.


Toma o pito. Os destinos assombram. Os avisos vão grudados em paredes de entendimento. Para. Compreender-se é afazer. Vai-se tranquilo. O diálogo é por aí. Segue-se em contradições. Música salva homem. O vibrar do berimbau ensina vida. Linhas percorridas, trançadas e tocadas são no viver.

A substância penetra. A estar o homem está. Foge de si, em pensamento, em instantes. Música é de precisão. Abre a começar pelo peito. Diz-se – relembra o homem – ser a música lugar da comunicação entre planos. Os pés da personagem vão tensos. Em costas dor insinua desejo. Canta, toca e prepara-se para trilhar.

Veste-se, abre a porta, titubeia, desamarra, arrasta, pedala, solta, amarra. Enfia papel na máquina. Tira papel da máquina. Conversa em mente com números. Enumera erros de cálculo. É tristonho o momento. Tempo parece querer parecer – insinua-se. Alívio escutar. Desamarra, pedala, contorna, desce, amarra, sobe. Sente, diz, toca. Procura clareza.

Mas mais, mais, mais é o quanto. Substância penetra entendimento, embaralha preceitos, desnuda cores. Homem perde-se no ouvir outras vozes. Em momentos não encontra sentido. Noutros afoga-se em emoção. Permanece em torre. Percorre-se. Sabe-se engolidor de tudo. Sabe-se comedor atroz. De vilão, destruidor e mais se acusa.

Saltar linhas. Manter o escrito em pedaço de página. Dizer os dizeres em traços grafados em sinais luminosos. Produzir lista. Afirmar. Ir. Voltar desde aquele outro momento. Olhar-se em retrocesso. Perceber-se faminto. A substância cobra tributo. Em humanidade, em larica, em impossibilidades vive-se. Tristeza é funda. O alegre é certo.

Confusão vai exposta. Mundo em giro é veloz. O antes desarma-se. Resta o agora. Nisso homem perde-se. No desentendimento transita. Musicar! Ordena-se e cumpre. Entrega-se ao percutir. Som ocupa casa e cabeça e todo. Substância libera o sonho. Observa-se o pensamento. O real tremula. A personagem vibra em palco.

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