terça-feira, 12 de outubro de 2010

Tardinha.

    Andou. Sem parada, seguiu por duas horas. Subiu à casa carregando um doce embrulhado. Preparou café, forte. Ouviu música indiana. Comeu e bebeu e pensou. Pensou  política. Cogitou lançar manifesto em prol de, ou contra o. Não se decidiu. Pensou. Parou.
    A claridade das lâmpadas começou a existir na rua. O frio encantou o dia e vibrou no anoitecer. Homem reviu seus passos e olhares. Rememorou amoras nascidas às margens do caminho. Rememorou o azedo das frutas, ainda verdes, e o desconforto de não receber resposta a um cumprimento.
    Perguntou-se. Como entrar em contato? Qual idioma será o sempre certo? Quais histórias são as precisas para, ao mostrar-se, fazer-se ver e entender? Mirabolou um tanto. Recostou-se no macio a olhar as sombras na casa. A noite envolveu o homem e as coisas ditas suas. Percebeu-se.

Nenhum comentário:

Postar um comentário