terça-feira, 10 de maio de 2011

Dizeres.

É certo. Mesmo em embriagados momentos, o homem prossegue em ouvir ou fazer ou saber da existência da música. Não sei acabar com os ruídos, não sei o que fazer, eles tocam e a gente física só ouve o tocado, não sei, não sei, não sei como entregar-me – diz o homem, em arriscada noite alegre.

Salta parágrafo, Na madrugada, para safar-se, o homem inventa-se. Quer saber-se. Diz em belo modo. É fato. Não há como negar. A música, pasme-se, vem do rádio, em sintonia mal resolvida, aparelho das antigas, bêbedo operando, incapaz de melhorar a condição do ruído. Deus salve américa minúscula e verdadeira.

Música é sempre milenar. Isto porque história é assunto tocado em milênios. É noite. O fato é que, de fato, neste ato, o homem personagem está em pé, no centro do palco, sob luz noturna, notívaga luz azul, tocante, de braços abertos – esta é a posição do ator – e entoa. Sua cantilena é doce, breve, estreita.

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