domingo, 29 de maio de 2011

Presente.

Estou. Mesmo em turbante, esqueço. Há tarefas. Há fazeres. Quero contar. Todavia esqueço. Decerto lembro, em partes. Braços vão fracos. Abraço. Solavancos entre palavras acontecem. A fala é recortada por movimentos feitos com alarde, ou silentes. O pensamento é recortado. Observa-se o fim de cada princípio. É um esvazio. Onde estou?

Sou. Em avental, paro. Vejo o sujo por tudo. Vejo o limpar. Limpo. No meio, estaco em palavra. Falar é de precisão. Rola música de indiano e brasileiros. Vivo em verdade cada dito. Se não bem explico é por fraqueza. Misturo ideias. Penso em tranças. Amarro firme os cabelos. Os fios tensos indicam caminhos completos. Estrada ou riacho, nascente ou vereda, o que sou?

Vou. Em cárcere, livro-me. É em sonho, canção, cozido e flor e mais. Temor maior é o do eterno. Nele vivo, ora circunspecto, ora saltitante. Lavo no frio. Tomo o sol. Retorno à cela em início de crise. É precisão de alimento. Cozinha! É o dito em toda parte. Obedeço e lavo e seco e invento. Cigarra e formiga, juntinhas, dançam a arrumação. Em voo, vou?

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