terça-feira, 17 de maio de 2011

Um sem título.

Ei! Emoção, emoção, emoção, onde oculta está? Quer saber o homem. Alquebrado qual menino em perdas primeiras. Brinquedo quebrado, morto conhecido, dente de leite caído, cada evento dói no adulto. Assim pensa. Em solilóquio defende-se e acusa-se. Santo, predador, promíscuo, belo, bruto, asqueroso, doce e por diante aponta-se afrontando o espelho. Em momento, chora. Águas, grandes águas, escorrem. No choro desenha moldura. Ali vê sonho seu. Escorrega em barranco. Aproxima-se da enxurrada e teme, mas não pode parar. No segundo seguinte é tragado por águas. Acorda em pânico. Segue assombrado dia adentro. Na noite inventa colocar todas as coisas nos lugares das coisas. Começa contando emoção. É tremor em peito apertado. Faz para fazer passar o mal. Lava, cozinha, esfrega, carrega, canta, come, guarda, escolhe, descreve movimentos e, desgovernado, observa-se. Conta música das antigas correndo ao fundo, ao sobre, ao dentro, ao largo e ao todo. Conta muito. Emoção, no geral, vem de encontro em lembrança, ou desencontro. Música deixa marca. O vivido é junto do antes vivido. Cordas foram tocadas, pouco antes de fatalidade. Personagem rememora a destruição do instrumento. Pequeno restou partido em dois. Apaixonado, incapaz de mencionar seu nome, segue enlutado. A historieta encosta-se em confissão. Melhor tomar providências. Saltar, saltar, saltar...


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