sábado, 23 de abril de 2011

Bagagem.

Palavra é nova. Usarei letras imensas, palavras hipérboles, desejos ardências e cruzes pesos. O diário alcança momento. É madrugada. Na ante sala de outro dia de estar.

Palavra é de velho. Voltarei amanhã, disse, e me recolhi. O sono deu em coisas diversas. Plagas, lembranças, vertigens e ares, tudo acontece em sonho. Na manhã, no mesmo disco, gira Maria João.

Palavra é enfiada em mala. Camisa, cueca, echarpe, casaco e casaquinho, de tudo, coisa, cores, manias, todas, vão. Veios vão traçados a doces e farinhas, na manhã de descuido.

Palavra pede o rito. Brota desejo de explicar. Pontudo, ereto, tenso é o tipo do furor do desejo. Curto, por exato, por critério de escolher só o de melhor, escorre em momento, preciso.

Palavra é foice. Já são devidos os cânticos. Pouco importa o que se vai fazer. Danação é o destino de quaisquer coisas. Coisas quebram-se e acabam, qual fossem vidas.

Palavra é tempo. Também isto é de perceber. No rito a anteceder o voo pode-se meditar medidas. Conta-se muitas coisas. Anos, dinheiros, histórias, ossos, vezes em vertigem e eternidades conta-se.

Palavra é pronto. Saíra em instantes, em direções. Aos montes vistos verá. Toda tralha é sempre pronta. Tudo parece querer seguir os moventes. Um viajante existe em verdadeira performance. Está entre muitos.

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