sexta-feira, 22 de abril de 2011

Louca é jornada qualquer.

A comida é para hoje e mais um almoço. Corpo de viagem, qual diria mestre mau, é ora o meu. Diário é império. Primeiro é lavar as panelas. Se feito pode intervalo. Um instantinho para ver retratos. Dada uma olhada também no espelho, firma-se o momento de cortar. Em ritmo certo e contrito é preparado o risoto da noite da paixão. Noite de senhor começa assim. O desejo dirige. E ordena em direções todas muitas.

A casa é uma desordem. Lúdico homem faz iluminador, coreógrafo, figurinista, ator, diretor, cenógrafo e, pasmem, o personagem. É um crítico em crise que num súbito sobe ao palco. Os ensaios são seus dias. Apaixona-se pela personagem e passa a vivê-la em solidão. Pensa em vezes sobre a possibilidade de ter encontrado o autor, doutro século, em uma das formas de comunicação fantástica, como a música, os versos, a física, o fogo e a telepatia.

O corpo é a única testemunha. Quando se acredita, de verdade, na vida antes da morte, é preciso manter-se atento. Convém cantar. Manter em desordem é muito parecido com manter em ordem. Manter parece por vezes necessário. Há momentos de insetos. Luzes acendem-se sem mão humana. Tudo é controlado em distâncias. As máquinas comandam movimentos. Conhecer não nos afasta das coisas. Homem voa, em plano, em dia a vir.

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