domingo, 20 de fevereiro de 2011

O senhor é artista.

Tarde plena é a da revelação. Abertas todas as janelas, como fora determinado, a luz invadiu os espaços. Sol é o absoluto. Dadas estão as condições para o estabelecimento de algo. Um novo movimento, talvez um movimento propiciatório doutros. Sinalizada está a possibilidade de pouso. O narrador, ocupado em inventar andarilho, confunde-se. Está prestes a autobiografar à moda do ego explícito.

Assim percebido, à luz crepuscular, ao som de som da moda, da moda antiga, o mundo indica estar às portas. Uma viagem está próxima. Já vive, marcada em papéis, assentada em números, cadeiras , portas, câmbios. O embarque parece inevitável. Sabe-se lá, diz a razão, incrédula em sinais de eternidade. Pode desaparecer qualquer futuro. Por enquanto o viajante está recolhido a seus aposentos.

Mesmo quando em passeio o sentimento é de estar dentro. O peito resta contido. Olhos ocupam-se muito do chão. Há vertigens e arrepios vindos dos cheiros outros, dos outros. O imaginado, o conversado em si, o sonhado e sussurrado em esquinas, em constrangimentos, em vocalizes entoados, e outros feitos do homem, sobram nas ruas. Não há, por enquanto, claridade na ideia. Persiste o redondo.

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