quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Começa em volta e encerra.

Começa. Com a desculpa de fazer uma limpeza, o homem transborda. Classifica os livros. A ideia é adotar ordenamento fundado em estilos. Não dá certo. Resolve acomodar por tamanho, por assunto, por cor e, daí, incapaz para qualquer, põe-se a desarrumar. Sistemas de pensamento, jogos de palavras, filosofia profunda, imagens exorbitantes, complexidades, fluidez e tudo está nos livros. Tocar cada um deles, livros, pensamentos, olhares, é a graça. Os volumes envelhecem. A memória é transtornada. É preciso criar coisas. Meditabundo, sai a caminhar.

Volta. O retorno é no depois, no pouco depois, dos passados dias. Onde esteve o homem? Entre os afazeres, quais os seus? Se é ou não capaz de integridade, pergunta-se o homem. Suas unhas encenam as bem cortadas. Seus cabelos existem. Sentidos muitos tem em ação. Vive este, o retroceder, em imaginação. Depois antecipa viagens por fazer. Ou, sonha viagens sonhadas. Ocupa-se, moderno, dos temas de outrora. Retoma, por instante, os trabalhos da casa. Arrasta poltronas e concebe possibilidades de assentar. Constrói, também, caminhos.

Melhor dizer verdade. Funciona o mundo na verdade. Nas mentiras grande é trabalheira, pequena a dádiva. O acontecimento é em anoitecer metropolitano. Céu vai extremo em nuvens, chuva e cinza. Elis canta, Tom rege, Por Toda a Minha Vida. Morante de torre cozinha, canta, escreve, pita, tudo em hora pouca e intensa. A noite é próxima. Melhor lavar-se em água fria. É o que pensa. Sente perder. Está em percurso. Vê coisas. Ouve vozes. Caminha pelas ruas duras. Enxerga tamanhos e tamanhos vistos com óculos. Conta as linhas. Encerra.

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