domingo, 30 de janeiro de 2011

E pita.

Trump pita outra vez. Há um desequilíbrio. As dores tomam posse de instantes. Percebe-se transtorno em movimentos. Atravessa o palco, ombros baixos, cotovelos afastados do tronco, braços em arco. Em chegando ao espelho gira em dança minimalista. Em passos leves, minúsculos voos, deslocamentos insiste por instantes. Depois disso usa banquinho de preto velho e poltrona de amamentar. Janta recostado a apreciar nuvens. Anuviado é o pensamento. Tem autorização para passeio noturno. É hora de lavar-se.

O seguir da história é um salto. Sempre é. É impossível entender acontecimento senão acontecendo. Antes o nada acontece. O nada é antes. Alma de juvenil persiste, procura explicações. Monta em mosaicos um painel. Nele vão listados os saberes daquele a levar o pito. A pedagogia escolhida na reabilitação de Trump é ocultista. O crepúsculo é em chumbo, raios e trovões. Somado ao verde e à cor pedra da construção humana, alucina o sujeito. Hoje não está nada fácil, resmunga. Mal se percebe quando a chuva toma posse de tudo.

O pensamento é vago. O motivo e o pito e o motivo do pito são assunto de meditação. É tudo com rigor. Não há quase folga. Trump não deixa de estar em movimento, jamais. Treme, ronca, ressona, espirra, cantarola, assobia, fala. Por vezes é uma canseira. Escuta, diz sua alma andarilha. Estou a contar os pingos da chuvarada. Para tanto corro. Siga-me. O que espera é o abrir-se. Abrir-se é para ir ao lado, ao outro, o dentro.

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