Noite alta. Segue o homem em vigília. Trocou guarda. Deu-se tarefa de escutar a música. Atenção é preciso e só. Os homens abraçados a instrumentos tocam. Acontece o encontro, o momentâneo. Ser e imagem de ser, reflexos, opostos, perfeitos, adentram o entendimento. Aquando é hora, a certa, as percepções navegam-se em veios, dutos, em ações enérgicas. Percebe-se percebendo-se. Avança homem. É o ordenado pelo rei da floresta.
Pausa longa. Cá é o nome de onde se está. Deu em começo de história começada pelo fim. Sabe-se dela só o nome. Um dia o narrado estará para sempre existido. Passado é, principal, moradia. Ali se pode estar com conforto. É nesse então tardio momento o existir do existir atenção à métrica, à clareza dos caminhos e ao ademais completo. Que pode fazer o narrador, quando em extravio? Perde-se no desejar contar a presença dos Duetos, tocados por Egberto Gismonti e Alexandre Gismonti, Saudações.
Um passo. Quando se vê tudo já aconteceu. O tempo é percebido em veloz voo. Meninos estão crescidos, vários. Meninas também há muitas. A beleza acompanha honrada. Há necessidade de atuar no sutil. É preciso educar, cada um a si. Aparece a moça na memória. Vai à escola de medicina. Foi criança capaz de folguedos. Gostava de espátulas delicadas. O imaginador se interrompe, em licença profética. Apaga a moça e volta-se ao umbigo, janela de entranhas. Orgulha-se. Locupleta-se. O ego é protetor inimigo.
Uma vez. Era assim. O agora é verdade, é potência, dizia-se. O artista tocando é de nome de estrangeira frequência. Cada pequeno fluxo de pensamento é percebido qual fosse um grão. Cada trecho da fala pede benção, glória, aplauso. Os métodos para entender o pensamento, para refletir sobre os reflexos das reflexões, para profundezas, para frases longas, densas, encorpadas, desapareceram. Em crise de excessos o homem vê-se abarrotado. Lembra da reflexão meditativa regida por Jiddu Krishnamurti. Observa, ao largo, o trabalho da mente.
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