Senhoras e senhores, moços e moças, camaradas. Venho do longe dentro. Venho desejoso de chegar ao encontro. Intento, pela palavra, um contato. Devo dizer! Sigo assustado. Toma-me o susto. É um trêmulo a passar. Pelos dutos ele invade o tudo, o todo, o ego, o meu. Mesmo assim sigo. Em andando penso, falo um tanto, canto. Nas paradas rabisco estas notas. Envio querente. É de entender e ser em presença d'outro a querência.
Se me escutam, ei vocês, contem por aí uma história. Façam versos, musiquem, entoem por toda parte. Foi o dito por divindade. Daí a ideia de começar em primórdios e findar em destruição. Ei, ei, ei, atentem ao caminho, prosseguiu. Disto vem a vontade de descrever todos os atos. Perde-se qualquer devoto em meio às alusões. O palavrório é confuso. Adentra-se pântano. O verde e a água, em fabrico de cores todas, têm soberania.
O narrador fala só de si. Desconhece outrem. Caminha, na história, entre vultos. A eles dirige seu olhar e os transfere ao cérebro. Na cabeça do um, o próximo é pregado em colagem. Vira pedaço do falador que, sem parada, conta-se. Sejam segredos, sejam mentiras, tanto faz! Importa seguir. Importa voar, vez por outra. Importa cantar, sempre. O desejo é descobrir maneiras verdadeiras. E praticar pedir, ganhar, agradecer, agraciar.
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